DÍVIDAS OU OFENSAS?


    A oração do Pai Nosso é a mais perfeita e fundamental de todo cristão, isso se deve ao fato de que ela foi criada pelo próprio Nosso Senhor Jesus Cristo como vemos em Lc 11, quando um dos discípulos diz  a Cristo "Senhor ensina-nos a orar". Nosso Senhor então instituiu aí esta oração, que como já dita é a mais perfeita que existe, toda boa oração é uma derivação do Pai Nosso, contendo nesta, uma saudação e sete petições, o número sete não é por acaso, visto que este número possui uma simbologia de plenitude como podemos notar em: 7 sacramentos, 7 virtudes, 7 maravilhas no mundo, 7 dons do Espirito Santo, 7  obras corporais, 7 obras espirituais, 7 vícios capitais, Nosso Senhor nos ensina em Mt 18,21-22 que devemos perdoar 70x7, com isso ele quis dizer "sempre". 

Por que dívidas é o correto?

   Quando Nosso Senhor institui o Pai Nosso ele nos ensina na quinta petição "perdoai-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores", ora, só pelo fato d'Ele ter assim o feito, não deveríamos nem estar discutindo isto, ou seja, para quem tem a fé, este argumento basta, mas vamos esclarecer do porquê de ser assim.

  Atualmente, principalmente após o Concílio Vaticano II, esta quinta petição foi substituída pela grande maioria das pessoas para "perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido". Esta mudança ocorreu em meados do final da década de 1950 por clérigos modernistas de influência ou totalmente adeptos do marxismo, que afirmavam que o termo "dívidas" era "muito capitalista" segundo eles. Assim podemos encontrar em missais da época esta alteração.

  Além do primeiro motivo para mantermos a forma tradicional da quinta petição, lembremo-nos que a oração do Pai Nosso em latim (Pater Noster) suplicamos "Et dimítte nobis débita nostra, sicut et nos dimítimus debitóribus nostris", isto é, "perdoai-nos as nossas dívidas...".

   O termo "ofensas" não é exatamente errado, mas é incompleto, e sabemos que uma meia verdade acaba por se tornar uma mentira por completo. Quando falamos em "dívidas" isto nos remete aos dois aspectos do pecado, isto é, a culpa e a pena, a culpa nós obtemos o perdão no sacramento da penitência/confissão, porém, mesmo após sermos perdoamos por Cristo na pessoa do sacerdote, ainda sim temos uma conta a prestar com Deus por aquele pecado. Já no caso de "ofensas", o aspecto da pena gerada pelo pecado é omitida. Outro aspecto por trás desta mudança é a ideia herética de que não há necessidade de penitência já que Nosso Senhor morreu na cruz para nos salvar, algo absurdo e de origem protestante. Com a grande onda de crise modernista que domina hoje quase que todos os setores da Igreja, esta mudança no Pai Nosso cai como uma luva, já que, tanto se fala em misericórdia sem a justiça.

   Portanto caríssimos, fiquemos com o que é comprovadamente bom e que sempre foi lei na Igreja ao longo dos séculos, e evitemos esta ânsia por novidades que tanto nos tenta na modernidade e o contato com novos termos ambíguos que podem levar à heresia e a novas doutrinas errôneas.

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